Seca, terrível
Morávamos no sertão da Bahia, lá meu pai tinha um
sitio, onde plantávamos e colhíamos, nossa lavora para o sustento da
família. Mais a seca sempre
assolava, era assim, dava um ano chuvoso e um ano de seca. No ano
chuvoso, plantávamos, colhia e fazíamos a economia, para suportar o
próximo ano, que na maioria das vezes seria de seca, mais as vezes, não chovia no anos
esperado, daí as coisas complicavam, porque quase ninguém conseguia
fazer economia, para mais que um ano de seca, para piorar, as vezes
emendava e seria
três anos consecutivo de seca, é nesse contexto que entra minha
história.
A agricultura era de
subsistência, meu pai era professor particular, por isso ganhava um
dinheirinho a mais, ensinado os filhos dos fazendeiros, mais nós
sofríamos demais, a falta dele porque ele saia, para trabalhar e ficava dois, três
e as vezes seis meses fora de casa, minha mãe reclamava disso, mais ele
dizia tenho que buscar sustento para a família, ainda mais agora, que
a seca assola e se foi novamente.
Os recursos que meu deixou havia acabado, da terra
nada podia tirar, porque estava completamente seca, as águas acabaram, nas cisternas, o açude que meu irmão morreu afogado,
quando pescava, já não havia uma gota de água, todos os riacho secaram, já não tinha água nem para
beber, a comida que ainda havia era farinha de mandioca, mais não dava para engolir
seca, dinheiro dinheiro nem falar, meu pais estava demorando de voltar, as crianças desmaiavam, de
sede e de fome, minha mãe entrou em desespero e me disse, vai buscar
água na fazenda de seu Limeira, ouvi dizer que lá sai um olho d água e
para lá me fui.
Quando lá cheguei, via sair uma pequena quantidade
de água, mais havia muitos animais do dono da fazenda, toda água
que saía era dada para o gado bovino, equino e capino, fiquei ali quase
três horas, mais nada de conseguir água, por isso voltei para casa sem
água, para o desespero de todos, minha mãe quase teve um vertigem,
quando cheguei sem água.
Enquanto minha mãe chorava, lamentava e rezava, meu pai chegou do
trabalho, com alguns
mantimentos, que sempre trazia quando voltava, era para se alegrar,
mais minha mãe em desespero disse já estamos três dias sem beber água,
as crianças já estão desmaiando, vamos morrer todos. Meu pai pegou o
balde e para lá se foi, eu acompanhei, novamente até chegar na
fazenda, Ele pediu um pouco de água, mais aquele senhor
disse não podia, senão os animais morreria de sede, meu pai disse pelo
amor de Deus, me dê dessa água, meus folhos e minha esposa já estão a
três dias com sede, é caso de vida ou morte. O homem afastou os animais e deixou meu pai encher as vasilha de
água, que levávamos para casa, como um troféu.
Meu pais chegou com a água, para nos beber e disse
vamos para o Sul, temos de aproveitar agora que tenho alguma economia,
tenho alguns conhecidos por lá, que podem nos arrumar um lugar para
ficar e para fomos, eu e meu pai, ele arrumou um lugar e voltou para buscar o
resto da família, eu queria voltar com ele, mais ele disse não dá! se eu
te levar de novo, não dará, mais voltar, porque o dinheiro não dá.
não divulgar o nome
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