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Produtor deve triplicar faturamento de açude unindo camarão à tilápia |
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Data: 13/10/2017
O mês de outubro é “oficialmente” o início da temporada do camarão de água doce no Paraná. Passadas as temperaturas baixas do inverno, produtores começam a alojar as pós-larvas do crustáceo - equivalente ao alevino - nessa atividade que está atraindo cada vez mais produtores. O cultivo de camarão se solidificou no ano passado do Estado, com a criação de um laboratório em Palotina, PR, o segundo do gênero no Brasil, que oferece as larvas para os produtores. Neste ano 2017/18, o faturamento das fazendas deve aumentar.
Quem já faz os cálculos é Edmilson Zabott, que povoou dois de seus tanques escavados com 18 mil crustáceos, em sistema de policultivo com as tilápias. De acordo com o produtor de Palotina, que já faz testes com o camarão desde 2009, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), em seis meses ele espera faturar cerca de R$ 30 mil com o crustáceo, “só com o custo da pós-larva e um saco de ração”, conta. De acordo com a Lacqua, o milheiro da pós-larva custa em torno de R$ 250.
“Esse ano vou apostar mais no camarão por dois motivos: rentabilidade e proteção do nosso bem mais precioso, que é a água”, revela Zabott. Ele conta que os 55 mil metros quadrados de lâmina d’água da fazenda produzem 120 toneladas de tilápia por ano, mas o potencial é para 250 toneladas/ano. Segundo Zabott, que aloja em torno de cinco peixes por metro cúbico, se trabalhasse com o máximo potencial, em pouco tempo perderia a qualidade da água por conta da matéria orgânica e gases que se formariam. Captada de dois rios que cercam a fazenda, a água enche 12 tanques escavados do produtor.
SOLUÇÃO
Foi no camarão que Zabott encontrou a solução que esperava: ganhar mais por hectare sem poluir a água. E não é pouco que o produtor espera faturar. No consórcio da tilápia com o camarão, os tanques, que segundo seus cálculos renderiam cerca de R$ 15 mil, agora devem render R$ 45 mil. “Nesse espaço de 7,5 mil metros quadrados, devo tirar R$ 15 mil com a tilápia e faturar mais de R$ 30 mil com o camarão, isso num preço bem baixo, de R$ 40 o quilo, vendendo na porta de casa, porque nem dá tempo de fazer a despesca e já tem gente querendo comprar”, explica. Ele comenta que alojou três camarões e quatro tilápias por metro cúbico.
O produtor comenta, porém, que não é somente o lucro que o fez voltar as atenções para o crustáceo. Nitidamente preocupado em uma produção ambientalmente correta, Zabott aborda as características benéficas que o animal oferece ao meio ambiente em que vive. “O camarão filtra a água com excelência, além de consumir todo o alimento que os peixes não comem e ficariam no fundo do açude”, cita. Ele explica que ao comer os restos de ração depositados no fundo dos açudes, o crustáceo evita a fermentação dessa ração e consequente liberação de gases poluentes para a água. Essa alimentação já é suficiente para que o camarão cresça até cerca de 60 gramas, em seis meses. “Vou fazer a despesca em maio. Estou bem otimista e confiante”, descreve o produtor.
Zabott, produtor diversificado por natureza, acredita que o camarão pode ser uma excelente estratégia para aumentar os lucros das propriedades, mantendo a qualidade da água. “Eu gostaria de ver o camarão em todos os municípios lindeiros (ao Lago de Itaipu). No Oeste do Paraná já somos bons produtores de tilápia. Fazer o consórcio com o camarão seria bom para todo mundo”, afirma.
REQUINTADO
A espécie escolhida tem um nome esquisito: Macrobrachium rosenbergii, mas, segundo o produtor, tem um sabor inigualável, “mais próximo ao gosto de carne rã do que com o camarão marinho”. “É uma carne requintada, de excelente qualidade e sabor, e de alto valor agregado”, cita. Zabott explica que o desenvolvimento dessa nova cadeia no Oeste do Paraná pode se beneficiar da rede hoteleira e gastronômica presente na região de fronteira. “Já tem muito hotel internacional querendo nosso camarão”, assegura.
Além de Palotina, há produtores em outros municípios, como Santa Helena, Nova Santa Rosa e até em Londrina, na região Norte. De acordo com a Laqua, já foram feitas vendas para os três estados do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e até para o Paraguai. Além do policultivo, o camarão também pode ser produzido sozinho (monocultivo), com uma densidade populacional mais elevada.
SOBRE A LAQUA
A LACQUA - Larvicultura e Camarões é uma empresa dedicada à produção e distribuição de pós-larvas de camarão de água doce (Macrobrachium rosenbergii) para todo o Brasil. Instalada em Palotina, no Oeste do Paraná, apresenta os mais modernos conceitos em genética, nutrição, biossegurança e rastreabilidade, oferecendo uma nova e segura oportunidade para o produtor rural aumentar sua rentabilidade. Mais que produzir e comercializar as pós-larvas, a LACQUA presta consultoria aos produtores, com uma robusta equipe de pesquisadores, engenheiros de pesca, biólogos, nutricionistas, médicos veterinários, profissionais de campo e administradores, que acompanham todo o ciclo produtivo, desde a construção dos tanques nas unidades rurais à comercialização do produto final destinado à industrialização.
Idealizada em 2016, a LACQUA desponta como a primeira empresa do Sul do Brasil - segunda do país - a produzir pós-larvas de camarão de água doce em larga escala e de alta qualidade, inicialmente com capacidade operacional para até 10 milhões de pós-larvas por ano. Apesar de jovem, conta com o conhecimento e experiência de profissionais com mais de 20 anos de atuação no ramo e desenvolvimento de pesquisas.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), através de seu Laboratório de Carcinicultura, tem desenvolvido o projeto “Carcinicultura no Oeste do Paraná”, desde 2010, procurando estimular a produção de camarões de água doce em sistemas de monocultivo e policultivo no Brasil, em especial na região Oeste do Paraná. Entretanto o projeto tem sido limitado devido à falta de disponibilidade contínua de pós-larvas. Desta forma, por meio desta parceria com a UFPR, a LACQUA está em contato direto com a ciência de uma das mais conceituadas academias brasileiras, dentro de um dos maiores polos aquícolas do país, e pode suprir as pós-larvas para os produtores interessados em desenvolver esta atividade.
O objetivo da LACQUA é oferecer a possibilidade para o empreendedor rural aumentar expressivamente a rentabilidade de sua unidade produtiva, viabilizando pós-larvas de um animal com alto valor agregado, extremamente valorizado no mercado nacional e internacional e evidenciado no meio gastronômico por seu sabor incomparável. Com o fornecimento de pós-larvas de alta qualidade, oferecemos a chance para produtores e novos interessados ingressar em uma atividade que atrai pela lucratividade e fácil manejo.
Nossos focos são ciência, alta tecnologia, profissionalismo, consultoria e geração de renda para o produtor rural, desenvolvendo a carcinicultura brasileira com sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O CAMARÃO
A LACQUA tem inicialmente uma capacidade de produção de até 10 milhões de pós-larvas/ano, da espécie Macrobrachium rosenbergii, originária da Ásia e introduzida no Brasil em 1977. Em viveiros de água doce, cada animal pode atingir até 50 gramas de carne, dependendo do tempo despendido para a criação.
O cultivo pode ser individual ou em consórcio. No monocultivo são estocadas pós-larvas ou juvenis. Em regiões de clima temperado, a estocagem é feita na primavera (fim de setembro e início de outubro) e a despesca é feita no outono (abril, maio). Nas regiões de clima tropical, o cultivo pode ser feito durante todo o ano.
O policultivo é a produção simultânea, em um mesmo viveiro, com outras espécies aquáticas, como a tilápia, por exemplo. Nesse sistema, o produtor pode maximizar a produtividade e a rentabilidade usando um mesmo espaço na propriedade. Além de maior retorno financeiro, o camarão oferece outros benefícios, como a manutenção da qualidade da água, já que consome sobras de ração deixadas pelos peixes que se depositam no fundo do viveiro.
A LACQUA está situada na Rua Sete de Setembro, 1210, Centro de Palotina, Estado do Paraná - CEP 85950-000. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 9 9976-1386.
Fonte: Portal Palotina
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