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Gravidez na adolescência passa de 20% em áreas mais pobres de Curitiba |
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Data: 22/11/2016
Mesmo que em uma trajetória de redução, a maternidade na adolescência ainda está presente na realidade brasileira. Em algumas regiões, como na Vila Esperança, em Curitiba, a gravidez precoce tem caráter cultural e social – a cada 100 mães, 21 são adolescentes.
“No começo eu fiquei bem chocada porque era nova e fiquei com medo de a minha mãe não aceitar. Mas a minha mãe ficou feliz, meu marido também, e com o tempo eu fiquei mais despreocupada. Só fiquei com medo de ele nascer com algum problema”, contou Jéssica Carvalho, que aos 17 anos, é mãe de um menino de um ano e dois meses.
Para o Ministério da Saúde, gravidez na adolescência ocorre quando a mãe tem entre 10 e 19 anos. Em 2015, foram 533.893 bebês nascidos vivos por partos de adolescentes. Este montante corresponde a 18,1% do total de partos. No Paraná, foram 26.783 nascimentos nesta condição.
Os dados da Prefeitura de Curitiba indicam que, em média, 11% das gestantes são adolescentes. Todavia, quando se analisa os número das regiões mais pobres, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa é similar a verificada na Vila Esperança.
Casada aos 13 e mãe aos 15 anos
Jéssica mora na Vila Esperança, região com o maior índice de gravidez na adolescência da capital paranaense. Esta liderança não é nova. Em 2002, por exemplo, a taxa de mães adolescentes chegava à casa dos 25%.
A história dela, conforme a Unidade de Saúde da região, é similar a de outras dezenas de garotas. Os elementos em comum são pouca informação (nem sempre a correta), início precoce da atividade sexual, falta de perspectiva de vida e aceitação por parte da família.
Jéssica casou com o marido quando tinha 13 anos; ele tinha 25 anos. “Quando eu fui morar com ele, a minha mãe perdeu a nossa casa. E a gente foi morar com ele porque a minha mãe conhecia ele. Depois, com o tempo, eu comecei a gostar dele. Mas a minha mãe aceitou. Ele não tinha maldade no caso”.
A jovem conta que a gestação foi tranquila e brinca com fato de ter engordado. No sétimo mês de gravidez, ela abandonou os estudos.
“Eu fiquei muito gorda, os pais inchavam demais e eu ficava cansada de subir as escadas do colégio”, lembrou.
Agora, ela conseguiu retomar os estudos. A mãe, que está desempregada, fica com a criança quando a Jéssica está na escola.
As críticas quanto à maternidade precoce e quanto ao relacionamento com o marido incomodam.
“As pessoas que vivem ao meu redor não sabem o que acontece na minha casa e criticam... São vizinhos fofoqueiros (...). Estou feliz hoje, graças a Deus”.
Quando é questionada sobre o futuro, Jéssica não tem uma resposta. “Ainda não planejei certo”, resume a adolescente. Mas ela é enfática ao dizer que não pretende ter outra criança e que não quer que o filho seja pai adolescente.
“Eu penso em meu filho fazer os estudos dele, ter uma faculdade, ter a família dele, a casa dele, que ele seja uma pessoa que tenha uma vida boa. Espero que ele não tenha um filho na adolescência assim como eu tive. Não que seja ruim, mas eu não gostaria que ele tivesse um filho na adolescência. Prefiro que ele tenha a casa dele o trabalho dele para depois ter um filho”.
Font: Portal Palotina
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