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A “colombização’ do Brasil e o que isso tem a ver com o assassinato de Marielle |
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Data: 16/03/2018
Sem estatísticas oficiais no Brasil, o assassinato de autoridades políticas, judiciárias ou de candidatos a cargos nos poderes Executivo e Legislativo tem apontado para um fenômeno tratado por especialistas como a “colombização” do país. As suspeitas que recaem sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) reforçariam esta tese.
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“O que ocorreu está fora do script da violência do Rio. Se as investigações confirmarem os indícios, significa que inauguramos uma nova modalidade de homicídio, aquele estritamente político”, afirma a pesquisadora Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes e do Observatório da Intervenção no Rio.
“Isso nos coloca em um novo e desconhecido patamar de violência, que lembra o da Colômbia e do México”, completa. Uma combinação de corrupção das forças de segurança e da presença de grupos armados e de organizações ligadas ao tráfico de drogas levou nosso vizinho latino-americano a dezenas de assassinatos de políticos.
Entre vereadores, prefeitos e parlamentares, foram mortos o ministro da Justiça Rodrigo Lara Bonilla (1946-1984) e o presidenciável Luis Carlos Galán (1943-1989). Informações coletadas pelo Centro de Justiça e Direito Internacional (Cejil) com entidades daquele país apontam que 12 candidatos a vereador e suas famílias foram assassinados na última campanha.
E no Brasil?
Nas últimas eleições brasileiras, entre junho e setembro de 2016, 45 políticos brasileiros foram alvo de ataques a tiros. Desses, 28 morreram, 15 em plena campanha. Na época, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, classificou os crimes como “aparentemente” de motivações políticas.
O Rio concentrou cerca de metade desses homicídios. Na Baixada Fluminense, repleta de territórios dominados por milícias e grupos ligados ao narcotráfico, 13 candidatos a vereador foram mortos durante o último pleito.
No livro “Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência Política na Baixada Fluminense”, o sociólogo José Claudio Alves, professor da Universidade Federal Rural do Rio, investiga a gênese do atual faroeste da região.
A lógica de violência, instaurada pelo deputado Tenório Cavalcanti nos anos 1950, teria sido institucionalizada durante o regime militar, quando grupos formados por policiais civis e militares se voltaram para a execução dos inimigos de seus contratantes. As milícias seriam uma versão contemporânea desses grupos.
Escolta policial
Foram ameaças de morte de supostos grupos milicianos que obrigaram o deputado Marcelo Freixo (PSOL) a andar com escolta policial há seis anos.
Freixo, com quem Marielle trabalhou por dez anos antes de se tornar a quinta vereadora eleita com mais votos na capital fluminense, liderou a CPI das milícias, que, em 2008, levou ao indiciamento de mais de 200 pessoas, entre políticos, policiais militares e civis e bombeiros. O então deputado Natalino José Guimarães e o vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, foram presos por chefiarem milícias no Rio.
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