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Para surpresa dos analistas, Bolsa cai e dólar sobe após prisão de Lula |
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Data: 10/04/2018
O primeiro dia útil no mercado financeiro após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu analistas e economistas. Enquanto a maioria previa acomodação nos indicadores ou mesmo uma melhora, o que se viu foi instabilidade.
O dólar fechou em R$ 3,42 nesta segunda-feira (9), o maior valor desde dezembro de 2016. A Bolsa recuou 1,8%, para 83.307 pontos.
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Segundo o economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, o que chama a atenção é o fato de que o dia foi calmo nas Bolsas do mundo e apenas dois emergentes sofreram: O Brasil, após a prisão de Lula, e a Rússia, por ser aliada de Bashar Al-Assad, na Síria. Acusado de promover um novo ataque químico a civis, o regime pode ser retaliado pelos Estados Unidos.
O rublo russo foi a moeda que mais se desvalorizou, com queda de 4,1%. O real foi a segunda. “Vamos ter de esperar alguns dias para entender que movimento foi esse no Brasil, mas está claro que os investidores estrangeiros identificaram algum problema aqui”, diz Buccini.
Entre as primeiras interpretações, ganha força a análise de que, contrariando o senso comum, a saída de Lula da disputa eleitoral deixa o cenário mais incerto.
“Alguns identificam que a equação eleitoral é mais complexa, pois a saída de Lula pode fortalecer os extremos e abrir espaço para outsiders”, diz Zeina Latif, economista chefe da XP Investimentos.
O dia foi marcado por especulações. Nas mesas de operações circulou a história de que um grande fundo multimercados estaria vendendo boa parte das ações no Brasil e retirando dinheiro do país.
Versões
A justificativa para o mal-estar com o cenário eleitoral ganhou várias versões.
Em uma, os investidores estariam reagindo à decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello de levar ao plenário da corte o pedido de liminar que suspenderia a prisão em segunda instância, beneficiando com a liberdade centenas de réus da Lava Jato, incluindo Lula.
Em outra perspectiva, haveria a preocupação com o imponderável sem o Lula. Em relatório, o banco Votorantim faz a avaliação de que pode aumentar a demanda popular por mudanças, o que incentivaria discursos populistas.
“O risco é que a eficiência eleitoral desses discursos não necessariamente implica agendas econômicas bem definidas e ou a capacidade de construção de coalizões estáveis no Congresso”, diz o texto. “Portanto, não apenas o processo eleitoral pode ser mais incerto mas a próxima gestão econômica pode trazer dúvidas importantes.”
Muito se falou também sobre a crescente incerteza em relação à vitória de um candidato de centro, capaz de preservar a agenda reformista. Para José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, a falta desse nome forte de centro piora o sentimento dos investidores.
“Tirou o Lula da campanha, e daí? Aparentemente você exclui da campanha alguém à esquerda que sinalize alguma coisa antimercado, mas não tem a menor ideia do que vem: esse cara de centro ainda não existe”, afirma Gonçalves.
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