Paraguai se converteu no paraíso do narcotráfico, diz sociólogo

Data: 12/05/2021

O Paraguai se transformou em paraíso para narcotraficantes. No país, os criminosos estão investindo em terrenos, construção civil, estação de serviços, hotéis, universidades de fronteira e até farmácia. A constação é do sociólogo Carlos Peris, que realizou um trabalho intenso de investigação para identificar o papel do Paraguai no tráfico internacional de drogas. O estudo concluiu que o país deixou de ser território de passagem para se converter em um centro logístico ativo de produção de cocaína.

Para chegar a conclusão, o sociólogo realizou um cruzamento de dados com fontes do Ministério Público, Secretaria Antidrogas, A Polícia e o Ministério do Interior. Os dados coletados são de janeiro de 2016 até 2020.

De acordo com o estudo, o mercado ilegal de cocaína no Paraguai passou por várias etapas. O primeiro foi entre 1950 e 1967, quando iniciou com grupos policiais e militares de fronteira. Em seguida, foi desencadeado por hierarquias militares (1967 a 1989); entre 1989 e 2001 passou pela etapa dos patrões regionais. Atualmente o país passa pela era dos empresários, onde a produção, o transporte e a distribuição se desenvolvem em uma cadeia lógica de prestação de serviços por grupos especializados em cada um dos setores.

Containers
Ha uma vinculação suspeita entre as importações por via portuária e o narcotráfico. Um dos exemplos que comprovam a suspeita é a localização sem precentes de 23 toneladas de cocaína nos portos de Hamburgo (Alemanha) e Amberes (Bélgica). A carga tinha origem no Paraguai, enquadrada na modalidade de transporte fluvial por meio de containers.

A Organização Internacional InSight Crime afirma que o Paraguai se encontra imerso em novas dinâmicas criminais, questão materializada em um novo rol no narcotráfico, especialmente o relacionado a cocaína.

Para o sociólogo, a política de controle dos portos facilita o trabalho dos narcotraficantes. O controle de cargas é feito o mais rápido possível para que as mercadorias transportadas não se atrasem, incluindo as legais. Dessa forma, os traficantes acabam sendo beneficiados, pois conseguem passar mais facilmente pela fiscalização. “Se o controle nos portos tardarem, mais tempo demora para sair os containers e ninguém vai querer que os containers saiam tarde porque não conseguiriam cumprir os prazos de entrega. E me refiro ao sistema legal” explicou o sociólogo.

“A cocaína circula nos containers é justamente porque existe uma política de não controlar os portos, não só no Paraguai, mas em todo o mundo para que as mercadorias legais e ilegais cheguem o mais breve possível. Do contrário os portos morrem” argumentou.

Logística
De acordo com a reportagem do Jornal Última Hora, a logística do movimento de cocaína no Paraguai está cada vem mais se aperfeiçoando. Atualmente proprietários de fazendas recebem 15 mil dólares para arrendar o espaço onde há pistas de aeroporto para o transporte da droga. Peões da fazenda recebem entre 500 dólares e 1000 para preparar o avião. Já os policiais ganham propina de 400 dólares para não fiscalizar. Um piloto chega a ganhar 2 mil dólares para transportar a cocaína.

Além dos preços já citados pagos para proprietários de fazendas, peões, policiais e pilotos, também é incluso nos gastos 800 dólares para o transportador rodoviário, 12 mil dólares para estivadores para que ocultem a carga nas barcaças e entre 2500 até 5 mil dólares para os vigias portuários para que verifiquem os containers.

Para lavar o dinheiro do tráfico, os criminosos estão investindo de maneira indireta em fazendas de gado, universidades em região de fronteira, construção de edifícios, hotéis, serviços de farmácias e lojas.

Apenas 2% do total de drogas é apreendida
Durante os anos de 2019 e 2020 foram apreendidos 7.313 quilos de cocaína em todo o território paraguaio. Os dados do Observatório Paraguaio de Drogas apontam que foram apreendidos 4.313 quilos em 2019 e 3 mil quilos em 2020. As restrições internacionais devido a pandemia afetaram o movimento dos containers nos portos. Se reduziu também o movimento de importações de mercadoria de 213.019 em 2019 para 180.487 em 2020. “Não é surpresa a profunda relação entre as importações por via portuária e o narcotráfico” salienta Peris.

O Sociólogo sentencia que o próprio Observatório de Drogas das Nações Unidas entende que a maioria da droga que se move é através de containers. De acordo com os cálculos em 2020 foram produzidos 150 mil quilos de cocaína, e apenas 2,6% ficaram para atender o mercado interno. Os lugares primordiais para o uso de cocaína são Ciudad del Este, Asunción, Encarnación, Filadelfia, Caaguazú e Salto del Guairá.


voltar

 

 

 

   

 

 

Voltar    recomende esse site          Comente esse texto

Ultimas noticias

 

Defina esse site como Página inicial.

 
 
  

.

PUBLICIDADE

 

 

Escritório Santa Rita Fone..44..3648..1101

 

adecas.com.br

Auxilio a lista

Enquête

Busca CEP

Cursos

Pesquisa

Prev. do tempo

 Fórum    Admin

 

Link Católico

Diocese de Toledo

Busca Católica

Prefeitura  T. Roxa

Sites Pessoaisa

Jeronimo Mendes

Sites de Noticias regionais

Política

www.adecas.com.br - Desenv. e mantido por ADECAS Associação de Desenv.. Cult. Artist. Artesan. de Santa Rita do Oeste