Congresso ignora apelos de Bolsonaro e deixa de lado agenda ideológica da base do presidente

Data: 15/09/2021

Eleito com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, o novo comando do Congresso aprovou em cerca de sete meses 46% das propostas prioritárias no campo econômico, mas pautas que alimentam a base bolsonarista, como a flexibilização de porte e posse de armas, continuam sem perspectiva de sair do papel.

Um dia após a posse de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no comando do Senado, em fevereiro, eles foram recebidos por Bolsonaro em audiência no Palácio do Planalto.

Ao fim, receberam uma lista com 35 projetos prioritários para o governo -o que foi interpretado por integrantes da oposição como uma espécie de fatura pelo apoio público à eleição de ambos.

Além das reformas tributária e administrativa, a lista de projetos prioritários incluía a proposta de autonomia do Banco Central e outros itens da agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes, para destravar o crescimento do país.

Ao mesmo tempo, havia no material impresso entregue pelo presidente projetos para agradar à base ideológica bolsonarista, como o que amplia a posse e o porte de armas, um excludente de ilicitude para militares em operações de garantia da lei e da ordem -proposta de abrandamento das penas de agentes que cometerem excessos em ações- e outro que aumenta a penalidade para abusos de menores.

Líderes partidários nas duas Casas apontam que parte da resistência às propostas até aqui foi resultado da relação conflituosa que Bolsonaro vem mantendo com os demais Poderes.

O auge da crise se deu durante o feriado do 7 de Setembro, quando Bolsonaro elevou a tensão a níveis estratosféricos ao ameaçar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmar que não iria cumprir decisões de Alexandre de Moraes e blefar que iria convocar reunião do Conselho da República.

Após o feriado, no entanto, divulgou nota retórica afirmando que não teve intenção de agredir os outros Poderes e abriu caminho para uma relação mais colaborativa.

Por conta dessa situação de tensão ao longo dos meses, houve avanços apenas nas medidas em que os interesses do governo já eram externados pelo Congresso.

No campo econômico, por exemplo, houve poucos contratempos. O governo Bolsonaro contou com um Congresso que se diz reformista, com um histórico de aprovação de medidas impopulares, como a reforma da Previdência, em 2019.

Em cerca de sete meses, foram sancionadas ou promulgadas 11 das 24 pautas prioritárias da Economia. Um dos grandes feitos nesse período foi a promulgação da PEC Emergencial, proposta de emenda à Constituição que criou mecanismos de ajuste fiscal para a União.

O texto, que incorporou parte de outra pauta prioritária, a PEC dos Fundos, contou com o apoio aberto de Pacheco, que atuou diretamente para que a proposta nascida no Senado avançasse.

Grande parte do apoio recebido também estava no que a oposição considerou uma chantagem: no momento em que o país inteiro pressionava por uma nova rodada do auxílio emergencial, a equipe de Guedes condicionou a concessão do benefício à aprovação da PEC.

Em outra grande vitória, o governo conseguiu aprovar a medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras, rompendo a forte resistência no Congresso em relação ao tema. Também viraram lei a autonomia do Banco Central, um marco para as startups e a nova Lei do Gás.

Por outro lado, resta pouco tempo hábil para aprovar os outros dois projetos econômicos de relevo do governo: as reformas tributária e administrativa.

Tanto Lira quanto Pacheco reconhecem publicamente que a janela para votar pautas estruturantes se fecha em novembro por causa da antecipação das discussões eleitorais.

Logo no início de seus mandatos, Pacheco e Lira chegaram a estabelecer um cronograma que incluía a aprovação da PEC da reforma tributária nas duas Casas até outubro.

"É um amadurecimento que nós vamos fazer no decorrer de fevereiro, juntamente com o presidente Arthur Lira, e temos uma previsão de que podemos concluir a reforma tributária no Congresso Nacional em seis a oito meses", afirmou Pacheco no início de fevereiro, após uma reunião com o deputado na residência oficial do Senado.


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