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Só aparecia a mão dele sobre os grãos, diz bombeiro sobre trabalhador resgatado com vida em silo em Maringá |
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Data: 06/09/2024
Dois trabalhadores foram resgatados pouco tempo depois, mas o terceiro, que chegou a ficar totalmente soterrado, estava preso à soja num ponto de difícil acesso no silo.
Foi um resgate dramático e delicado que durou mais de oito horas. O chamado chegou ao corpo de bombeiros por volta das 9h desta quarta-feira, 4, depois que três trabalhadores de uma cooperativa agrícola de Maringá caíram em um silo com duas mil toneladas de grãos de soja.
Dois trabalhadores foram resgatados pouco tempo depois, mas o terceiro, que chegou a ficar totalmente soterrado, estava preso à soja num ponto de difícil acesso no silo.
“No momento em que nós chegamos ao local e ele estava só com a mão para fora, o risco de sufocamento pelos grãos era bem elevado”, relembra o subtenente Valdir Correia, do 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Maringá em entrevista à rádio CBN Maringá. Mesmo coberto pelos grãos a vítima respirava e murmurava, pedindo socorro.
As etapas do resgate em meio aos grãos
Segundo os Bombeiros, o princípio básico desse tipo de salvamento é retirar o grão das vítimas e não a vítima dos grãos, por conta do peso, que vai comprimindo a pessoa. Uma estrutura metálica foi montada ao lado do trabalhador, formando um tubo de resgate.
“A vítima recebia oxigênio por um respirador enquanto bombeiros instalaram uma estrutura de metal ao redor formando uma parede protetora. Nós fizemos o isolamento da vítima e retiramos os grãos do entorno, principalmente das vias aéreas. Ele ficou 100% do tempo com administração de O2”, explica o subtenente.
Primeiro usando baldes e capacetes e depois aspiradores cedidos pela cooperativa, os socorristas retiravam a soja de dentro deste espaço, liberando aos poucos o corpo do trabalhador em um trabalho minucioso e arriscado: durante todo o tempo, havia o risco de um novo soterramento. “Nas duas laterais haviam duas montanhas de grãos, que a todo momento começavam a escorrer. Então um novo soterramento poderia acontecer. Se o grão descer, você não tem para onde sair”, relembra.
Três frentes de trabalho foram montadas por equipes de socorristas que se revezavam: uma equipe ficava na parte externa do silo, fazendo a parte de logística e providenciando o material necessário para o salvamento, outra ficava dentro do silo, mais próxima ao telhado, alcançando esse material e repassando à terceira, que estava junto à vítima. Os socorristas estavam presos à chamada “linha de vida”. “Consiste em um ponto de ancoragem com uma corda, que nos deixa presos através de um dispositivo antiqueda”, detalha o bombeiro.
O último obstáculo envolveu técnicas de resgate em altura. “Tivemos que estabilizar a vítima em maca e, através de cordas, fazer a retirada, pela parte de cima do silo”, diz o bombeiro. Foi só por volta das seis horas da tarde que o resgate foi concluído e o trabalhador pôde ser retirado com vida e enviado ao hospital.
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